Entrevista com o CEO da Eletrisa, Olinto Silveira, para a Revista da APESC

Após 13 anos de atuação no ramo de PCHs, em que atua como investidora, gestora e na O&M de usinas, a Eletrisa, de Blumenau, vai expandir seus negócios. Ainda em fase de licenciamento ambiental, a empresa projeta um parque eólico de 150 MW, na região de São José dos Ausentes (RS), e outro, de usina solar, em fase inicial, revelou à revista da APESC o CEO da empresa, Olinto Silveira.

“A opção por eólica e solar segue em linha com a tendência das energias renováveis, em que o Brasil  responde por uma das matrizes  mais limpas do mundo, na qual, além da energia de fonte hídrica, as  fontes solar e eólica despontam  de forma exponencial”, disse Silveira.

A história da Eletrisa, uma das principais empresas do segmento de centrais hidrelétricas  em Santa Catarina, começou em 2007 por meio de uma sociedade criada para fazer a gestão administrativa  e societária das PCHs Contestado e Coronel Araújo, construídas pela Rischbieter Engenharia, Torresani Empreendimentos e Electra Power.  Hoje a empresa é controlada pelos sócios Valter Luiz Torresani, Olinto Silveira e Jeancarllo Moschetta.
Muito de seu crescimento nos últimos anos tem a ver com o início dos serviços de O&M de usinas, em 2015.  “Passamos a ser solicitados por outros empreendedores interessados em soluções lucrativas para suas geradoras, o que resultou na ampliação de nossas atividades”, lembra o empresário.

Desde então, além de administrar as PCHs de que participa, a empresa também passou a fazer a gestão de usinas de terceiros. Hoje administra 90 MW de potência instalada em 16 usinas e paga dividendos a mais de 400 acionistas.

Todo esse portfólio deverá aumentar ainda mais com a construção de outras seis usinas no Rio Grande do Sul, com 27 MW de potência total e investimentos de R$ 200 milhões.

Focada desde o início em energias renováveis, a empresa mantém-se de olho em bons projetos na Região Sul.  Na maioria das vezes investe em obras com capital próprio dos acionistas, sem descartar  linhas de financiamento.

“Atuamos no sentido de maximizar os lucros e a geração, com adaptação contínua das estratégias para minimizar o impacto do GSF. Somos reconhecidos no mercado por oferecer excelente relação custo/benefício dos serviços prestados”, diz Silveira.

O atendimento aos clientes da Eletrisa abrange desde assembleias e reuniões de Conselhos Fiscais até os serviços de O&M , o que inclui seu Centro de Operações remotas que opera 24 horas por dia e 365 dias por ano.

Sobre os efeitos da pandemia da covid-19 nos negócios, Silveira afirmou  que os desdobramentos deverão mesmo repercutir no plano decenal do setor. “Foi um ano que apresentou dificuldades inéditas até o momento. Todavia, mesmo operando em home office, sustentamos nosso padrão de qualidade na O&M com foco na rentabilidade das usinas, além de manter nossos investimentos”, assinala.

Já com o pensamento voltado para 2021, Silveira projeta novas oportunidades para a empresa a partir das novas regras do mercado livre de energia que passam a vigorar a partir de janeiro de 2021. “Pensamos que abre oportunidades de levar nossas soluções e oferecer a excelência de nossos serviços porque o acirramento da concorrência pela entrada até mesmo de UHEs, vendendo diretamente sua energia, exigirá cada vez mais da gestão administrativa. As estratégias de compra e venda de energia para buscar blindar o balanço das usinas serão importantíssimas”.

Da mesma forma, ele acredita que a chegada do  PLD horário representa chances de crescimento no mercado. “Ajustar a operação diária conforme o PLD horário, otimizando a utilização da água dos reservatórios aos horários de melhor preço, transforma nosso Centro de Operações em gênero de primeira necessidade. Também é vital para a GD que precisa gerar o máximo possível em cada cenário hidrológico e estar sempre disponível.

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